tag:blogger.com,1999:blog-87824116158266457292024-03-14T12:04:47.896-03:00Mil Ternurinhas...Este blog foi criado para enaltecer as ternuras cotidianas: sublimemente simples. A ternura que consiste em ver o ligeiro instante com olhar apurado e deslumbrado da criança. Os simples escritos deste espaço nascem do desejo de registrar e compartilhar as vertigens que tenho ao ver tudo que é belo; e também traduzir dilemas bem femininos e um punhado de medos bem humanos.
Mais contemplação do que criação, aqui guardo a dose, quase diária, de meus sutis espantos.Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.comBlogger44125tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-27677973546289178042019-03-02T12:05:00.002-03:002019-03-02T12:05:33.968-03:00<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinNiP8MGvVGPejKRuzVSPr9HIvYmrNHbhLaBdLTSitdnWLjo9B_x8btNjxtezQ1DsrvSfLJFnY1Se6ExsD8Kdoww_Pm3nD4EzkwZ_tc8rkjTAyTTPfXCCixDQA3OesqL9QLLBxcVjmAIBl/s1600/Eliane+Brun.GIF" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="486" data-original-width="327" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinNiP8MGvVGPejKRuzVSPr9HIvYmrNHbhLaBdLTSitdnWLjo9B_x8btNjxtezQ1DsrvSfLJFnY1Se6ExsD8Kdoww_Pm3nD4EzkwZ_tc8rkjTAyTTPfXCCixDQA3OesqL9QLLBxcVjmAIBl/s320/Eliane+Brun.GIF" width="215" /></a><b> Por uma vida de olhares menos automatizados</b></div>
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O peixe precisa ser temperado agora para que fique no ponto na hora que for para o forno, as hortaliças trazidas do mercado pelo marido precisam ser guardadas, minha filha precisa ser orientada a ir arrumar os brinquedos que deixou espelhados, meu pai precisa que eu me sente um pouco e converse com ele no nosso eterno diálogo de palavras repetidas para que ele consiga ouvir adequadamente, mas fujo por uns instantes para finalizar a leitura pungente e leve de “A vida que ninguém vê” da premiadíssima repórter Eliane Brum. </div>
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Por um momento, esqueço toda essa trivialidade que nos consome e deturpa nossos olhos. É preciso enxergar além, sair do nosso cotidiano de obrigações e obstáculos infindos. É preciso ter o olhar do cronista que se deslumbra diante das histórias que, de tão comuns, tornam-se extraordinárias. </div>
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Com a missão de extrair crônicas reais de rostos tão comuns, a jornalista contou histórias como a do gaúcho do cavalo de pau, visto por toda a cidade como louco, entretanto, quando indagado pela repórter, revelou que sabia que seu cavalo era uma vassoura, mas montado nele sonhava que estava num cavalo de verdade, porque “sem invenção a vida fica sem graça. Fica tudo muito difícil”.</div>
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E assim, finda a leitura, posso voltar para os meus rituais de sábado sabendo que esses momentos representam uma subversão à realidade. São essas pausas imersas na ficção, ou na fenda quase inexistente entre vida e arte, que busco forças para compreender nosso quinhão humano e, consequentemente, sempre efêmero. Sem esquecer que tudo vai depender sempre do jeito de olhar.</div>
Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-20533947454085442882017-07-11T08:41:00.001-03:002017-12-19T21:59:57.051-02:00"Só levo a certeza de que muito pouco eu sei, ou nada sei"<div style="text-align: justify;">
Há quanto tempo não passo por essas paragens? Hoje precisei vir me visitar. O silêncio não foi falta de deslumbramentos cotidianos. Pelo contrário, a chegada da minha filha trouxe-me um espiral de poesia pura: a vida consubstanciada em pequenos gestos, toques, sons. Sim. Não escrevi muito. Mas observei com mais força as minhas redondezas. Enquanto empurrava o carrinho de bebê no sol da manhã, vi a mulher passando com um monte de malva para fazer vassoura. Essa imagem me jogou na minha infância de visitas a lugares de muitas árvores e terreiros de chão firme, terra clara, incrivelmente limpos pelas vassouras de mato. </div>
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Senti a maternidade mudar e moldar também outras amigas e vi cumplicidade nisso. Perdi-me em álbuns de fotografias para já ajuntar as frestas da própria história que minha filha vai contar sobre si mesma. Reinventei-me no trabalho, passei por muito aprendizado também pessoal e, no meio disso tudo, é preciso sempre verificar se ainda estamos lá. Os versos de Milton Nascimento nunca deixaram de ecoar aqui dentro "Por tanto amor, por tanta emoção /A vida me fez assim / Doce ou atroz, manso ou feroz / Eu, caçador de mim [...]" </div>
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É duro perceber que a idade não traz todas as respostas. Sentadas tomando um açaí, nos raros momentos que o tempo nos deixa apenas curtir o tempo, eu e minha amiga de outras eras ainda temos as mesmas inquietações da época da faculdade. É claro que o tempo traz algumas respostas: a paz do amor companheiro, as alegrias e tristezas divididas com amigos de verdade, o aprendizado com os filhos, a necessidade de se aproveitar a dádiva do presente. Mas algumas lacunas ficam e é nesse espaço que mora o novo, a criatividade, o sonho. As pessoas mais admiráveis que conheço são humanamente incompletas e é bom sentir tanto o divino que se manifesta em cada ser, como também nossa mediocridade humana.</div>
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Mas ainda assim, é preciso rascunhar respostas e repetir as mesmas perguntas: o que me move? Sou a melhor versão de mim? Quais referências quero deixar para meus filhos? As perguntas mudam, cada um tem as suas. Mas a labuta em busca das respostas é importante. Para tanto, é bom que não nos afastemos muito. E o que nos traz para perto da verdadeira essência? Pode ser um trecho de um filme, uma oração, a imagem das mãos longas, sábias e boas do avô que já se foi, pode ser o sorriso de um filho, pode ser a adrenalina do esporte, pode ser o som da risada dos amigos, pode ser o cheiro dos lençóis da sua terra natal, pode ser o desenho do próximo projeto, a cor do produto do que antes era <i>hobby</i> e virou achado de vida, ou a luz da tela do computador no processo de escrita. Esses fragmentos de "eu" que nos formam, e tudo que é humano é um mosaico bonito de ser observado. Sigamos espiando.</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidsr_gi4la-LcuMfGSlNw1MxH5kI_HAkgiDNAfdr6u7_h26SfM2Gg8FmCclCZqRlE4U9dnQUgNoC7ufEafdydS6gi8HzpX97bZemDxcN-6t1J32h9gMX_ypm6orZqtgOW_2_K4eJGFnsWl/s1600/vassoura.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="638" data-original-width="960" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidsr_gi4la-LcuMfGSlNw1MxH5kI_HAkgiDNAfdr6u7_h26SfM2Gg8FmCclCZqRlE4U9dnQUgNoC7ufEafdydS6gi8HzpX97bZemDxcN-6t1J32h9gMX_ypm6orZqtgOW_2_K4eJGFnsWl/s320/vassoura.jpg" width="320" /></a></div>
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(Imagem: http://rosemarientreaspas.blogspot.com.br/2013/09/vassoura-de-guanxuma.html)</div>
Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-74631877480004534222012-11-16T08:55:00.000-02:002012-11-16T08:59:36.348-02:00Beatriz<div style="text-align: justify;">
Ontem escrevi seu nome em um tecido. Ao escolher a cor da linha, manusear a agulha e planejar o melhor desenho das letras, senti-me ligada às mães de todos os tempos. Cuidar dos detalhes para sua chegada e, principalmente, sentir você crescendo aqui dentro tem preenchido meus dias. </div>
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Estou inserida no mistério mais encantador do universo. Mais do que no corpo, a vida vai se consubstanciando em pequenos farelos. Enquanto você se forma, também uma mãe vai se construindo aqui fora entre a ansiedade e a alegria, percebendo suas reações a determinadas canções, à presença de algumas pessoas, em cada alimento que ingiro.</div>
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Meu lado materno sempre foi latente. Envolvi-me, com sinceridade, no nascimento de priminhos, afilhados e filhos de amigos. Entretanto, muito além da parte prática de cuidados diários que você exigirá, o que mais me preocupa é como ajudá-la se formar como ser humano. Como dosar as quimeras e a razão? Como poupá-la das pequenas e grandes tragédias que envolvem o mundo? De que forma mostrar que a complexidade da vida também está presente nas coisas simples e, por vezes, banais? </div>
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Sempre imaginamos que o momento ideal de se ter um filho é quando estamos realizados. Não falo somente de questões materiais e práticas como plano de saúde, grana para necessidades de última hora, teto, estabilidade profissional. Refiro-me à completude como pessoa. Ter respostas para (quase) tudo, já ter resolvido todos os dilemas existenciais. Hoje sei que se esperasse esse momento, você nunca chegarei. Filha, serei sua mãe com meu quinhão de erros, medos e pedaços, mas lanço-me ao desafio. Quero aprender com e por você. Não enxugarei as lágrimas que, mãe vulnerável que sou, você me verá derramar, mas espero nunca perder a capacidade de rir das minhas próprias trapalhadas.</div>
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Às vezes, minha parcela humanamente egoísta anda temerosa de que eu me perca com sua chegada. Medo de mudar drasticamente os hábitos, não ter tempo para me deleitar com coisas que gosto... mas sei que, embora traga sérias mudanças, você será a minha parcela mais nobre, a quem dedicarei, com gosto, meus melhores momentos. Hoje tudo são conjunturas, mas em breve, meus medos serão concretizados em dilemas práticos. Agora, estou em estado de esperança: esperar, cheia de amor, por você. </div>
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Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-32914577840607460782012-04-17T19:50:00.001-03:002012-04-17T19:52:03.258-03:00Fato consumado"Se toda hora é hora<br />
De dar decisão<br />
Eu falo agora<br />
No fundo eu julgo o mundo<br />
Um fato consumado<br />
E vou-me embora" (Djavan)<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Ando nostálgica ultimamente... </div><div style="text-align: justify;">Aquela mistura estranha de saudades de coisas que nem vivi e melancolia. Às vezes por causa de uma fachada de uma casa, uma ruela empoeirada, um samba antigo, um verso banal. </div><div style="text-align: justify;">Talvez pelas pressões que passei nos últimos tempos, pelo passo importante que vou dar daqui a pouquíssimos dias, só sei que ando saudosa das tardes preguiçosas da adolescência, de ter tempo para conversar com as amigas e de ler... sem obrigações... apenas para buscar o prazer das palavras. Apenas para penetrar o silêncio e tentar me encontrar.</div><div style="text-align: justify;">Passei uma tarde de domingo maravilhosa com amigas e familiares. Que delícia reconhecer em cada história e olhar a amizade. Tão Bom ser paparicada e receber votos sinceros de felicidade. Melhor ainda é saber que a vida vai adicionando coisas novas, cenas inusitadas que, aos poucos, também vão se integrando a minha história.</div><div style="text-align: justify;">Mas hoje, só um pouquinho, deixo as obrigações, medos e metas para ser nostálgica. Cantarolar os versos de Djavan que dançava sozinha na sala e pensar numa época em que ser 'adulto' e ter 30 era algo tão distante quanto a lua.</div>Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-58049952103044056142011-12-23T16:27:00.002-02:002011-12-23T16:29:57.104-02:00Não: Devagar<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-c7PYMNWYNE0/TvTERGQg2iI/AAAAAAAAAFU/_Qj87-0JsJ0/s1600/devagar.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="120" rea="true" src="http://1.bp.blogspot.com/-c7PYMNWYNE0/TvTERGQg2iI/AAAAAAAAAFU/_Qj87-0JsJ0/s200/devagar.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">imagem: <a href="http://www.ociodooficio.com.br/">http://www.ociodooficio.com.br/</a></td></tr>
</tbody></table> <br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: left;">Fim de ano...</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: left;">Cada um já preparando sua retrospectiva. Tenho a tendência de achar que o saldo é sempre positivo. Os obstáculos, mais do que meros sofrimentos, também são utilizados pela vida para nos ensinar algo e trazem experiência.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: left;">Ultimamente, ando reclamando muito do tempo, ou melhor, da falta dele e ao receber de presente da minha amiga/irmã/mãe "Fia", uma linda agenda para 2012 recheada de muitos poemas, trechos de músicas e imagens de obras de tarde, me deparei com um poema de Fernando Pessoa, sob um de seus heterônimos, com o qual me identifiquei de cara! Ando mesmo pedindo a vida para ir mais devagar, ao mesmo tempo que saboreio as pressas diárias. Eu? Contraditária ? Não... apenas polissemicamente humana demais. Enquanto corro entre socorrer os dramas familiares, terminar um mestrado, organizar um casamento, vou cantarolando o <em>samba de um minuto</em>: "Devagar, esquece o tempo lá de fora, devagar, esquece a rima que for cara".</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: left;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: left;">Não: devagar. </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"></div><br />
Devagar, porque não sei <br />
Onde quero ir. <br />
Há entre mim e os meus passos <br />
Uma divergência instintiva. <br />
Há entre quem sou e estou <br />
Uma diferença de verbo <br />
Que corresponde à realidade. <br />
<br />
Devagar... <br />
Sim, devagar... <br />
Quero pensar no que quer dizer <br />
Este devagar... <br />
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais. <br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo. </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima... </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Talvez isso tudo... </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Mas o que me preocupa é esta palavra devagar... </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">O que é que tem que ser devagar? </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Se calhar é o universo... </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">A verdade manda Deus que se diga. </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Mas ouviu alguém isso a Deus? </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div>Álvaro de Campos, in "Poemas"Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-17534323067645471442011-08-18T18:52:00.000-03:002011-08-18T18:52:01.196-03:00Para ver, sentir e pensar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYL3uPxacM63POMEuXTRQrxa0R8fBAUfeQBFz2ehybxXOktWFnSQ5-QK4gmaiEs0aXEnWhYItd3u6lmimxex5kTys_H_uKlWYL-ljUgkGuVSITDeR3zUn7hBpUdTdw60Ke1qDODrFMfGzk/s1600/james+jean.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" qaa="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYL3uPxacM63POMEuXTRQrxa0R8fBAUfeQBFz2ehybxXOktWFnSQ5-QK4gmaiEs0aXEnWhYItd3u6lmimxex5kTys_H_uKlWYL-ljUgkGuVSITDeR3zUn7hBpUdTdw60Ke1qDODrFMfGzk/s320/james+jean.jpg" width="224" /></a></div><br />
A revista Piauí de maio de 2010 veio com essa imagem na capa. Na época, fiquei com a revista na mão meio que abobalhada. A ilustração é de James Jean e, na minha humilde opinião, traduz com maestria as divergência entre o universo feminino e o masculino. Se bem que a roda que a menina traz consigo (ou esconde?) remonta muito mais indagações labirínticas do que uma simples diferenciação hierárquica entre os sexos...Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-37543263116894626952011-06-16T07:53:00.002-03:002011-06-25T12:58:54.216-03:00Detalhes<div style="text-align: justify;">Na rua em que moro, há alguns moradores (inclusive minhas avós) que vivem aqui há décadas. É bom sair de casa e receber o bom dia e o sorriso de pessoas que me viram crescer, além da bênção e o "vai com Deus". Aqui, há uma vendedora de beijú. Isso mesmo, aquela iguaria derivada da mandioca. Mesmo quando não saboreio o tal quitude que é um tanto quanto pesado, é bom ver essa minha tia-avô preparar morosamente, em uma pedra aquecida, um sabor tão arcaico e, talvez por isso mesmo, bem procurado pelas pessoas no início da noite. </div><div style="text-align: justify;">De uns dias pra cá, essas mulheres da "melhor idade" de minha rua descobriram o hobby dos caça palavras. Passam horas com as revistinhas na mão, óculos na ponta do nariz, perdidas em meio ao emaranhado de letras. </div><div style="text-align: justify;">Uma dessas vizinhas queridas já está com a audição limitada. Então, agora preciso aumentar a voz no "bom dia" porque, com olhos e pensamentos procurando palavras, ela já não percebe quem passa na rua. </div><div style="text-align: justify;">Trocamos um sorriso cúmplice e sigo minha rota.</div><div style="text-align: justify;">Não peço a Deus para ter sempre essa mesma cena, a mesma rua. Apenas rogo para que em qualquer lugar que eu viva, por onde eu passar, eu consiga notar essas frestas da beleza da vida, sempre tão rica nesses detalhes corriqueiros... </div>Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-88847416497649845532011-04-19T21:31:00.001-03:002011-04-19T21:37:49.225-03:00Cordel Encantado<div style="text-align: center;"><img height="300" id="il_fi" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifO3Tf3ge7kvs_ck87uSU71geu_JZmJdools2eeIdH_8_3qggc3niHVJbpK_x-VlD6BxDLtAWYrqEU45VfUUX_eBO6jtKnGi8khvRe9ovPM8ujVIomGIbHnl62OoaprCdOdC6qyjno8DLE/s400/chita.jpg" style="padding-bottom: 8px; padding-right: 8px; padding-top: 8px;" width="400" /></div><br />
Música boa de ouvir é a composição de Gilberto Gil que abre a novela "Cordel Encantado". Não sei falar sobre o enredo em si, mas a música é linda!!! A voz de Gilberto Gil, que dispensa comentários, com a sonoridade deliciosa de Roberta Sá, cantora que amo... ficou show!!!<br />
<br />
Lá vai a letra...atenção total na última estrofe...<br />
<br />
<strong>Minha Princesa Cordel (Gilberto Gil)</strong><br />
<br />
<br />
Minha princesa,<br />
quanta beleza coube a ti<br />
Minha princesa,<br />
quanta tristeza coube a mim<br />
<br />
Na profundeza<br />
O amor cavou<br />
O amor furou tudo no chão<br />
No coração do meu sertão<br />
No meu torrão natal<br />
Meu berço natural<br />
Meu ponto cardeal<br />
<br />
Meu açúcar, meu sal<br />
Nossos destinos<br />
Desde meninos dão-se as mãos<br />
Nossos destinos<br />
De pequeninos eram irmãos<br />
<br />
E os desatinos<br />
também tivemos que vivê-los bem juntinhos<br />
E os caminhos nos trouxeram<br />
pra esse lugar<br />
A que vamos ficar<br />
Amar viver lutar<br />
Até tudo acabarDaiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-18244386357856487782011-03-20T20:58:00.000-03:002011-03-20T20:58:30.346-03:00Nascimento<div style="text-align: justify;">Visitei três bebês na semana passada: Iasmim: doce como o nome; Gabriel: sentidos apurados para descobrir o mundo e Lunna: toda a luz divina numa frágil criaturinha que pesa menos de dois quilos. Ao observar a ternura desses novos habitantes do nosso mundo também (re)nasço, acredito no futuro e teimo na "mania de ter fé na vida". Eles trazem mais força do que imaginam: a pureza que pensamos ter perdido, a dedicação que achamos que nunca seríamos capazes de doar e, principalmente, o desmedido amor mais desejado do que imaginávamos.</div><div style="text-align: justify;">É a vida! </div>Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-27188277213567403782011-03-14T23:44:00.001-03:002011-03-20T20:48:11.567-03:00A receita da vida<div style="text-align: justify;">Quanta coisa a dizer, a pensar, a fazer...</div><div style="text-align: justify;">A vida sempre vestindo traje muito formal e eu querendo vê-la em veste leve e translúcida, sem o tecido de tantos anseios.</div><div style="text-align: justify;">Nas tentativas sempre frustadas de saber e dizer quem sou , para que vim e outras tantas perguntas sempre tão existencialistas, queria mesmo apenas SER! Sem tantas indagações e justificativas. </div><div style="text-align: justify;">Qual a receita? Só me forneçam se o prato for simples e divinamente delicioso...</div><div style="text-align: justify;">Acho que no fundo, no fundo a gente é que complica colocando ingredientes sofisticados, inventando um modo de preparo mirabolante, lendo a receita num livro de culinária russa. Penso que vida tem uma receita simples que por parecer destinada à iniciação culinária de crianças, acaba por passar despercebida nessa nossa busca pelo "sabor ideal". </div><div style="text-align: justify;">Confesso que ainda não encontrei minha receita derradeira. Viver é um processo contínuo de experimentação. Sempre tento colocar amor como ingrediente básico para toda receita (como vó Terezinha bem ensinou) e também os temperos da terra e outros de lugares que nem mesmo conheço (ainda)...</div><div style="text-align: justify;">No preparo, sempre escolho o método mais complicado para descobrir, no final, que havia uma forma bem mais simples... </div><div style="text-align: justify;">O resultado? Ainda estou me deliciando com o prato, mas sempre faço a medida dobrada para dividir com quem aceita averiguar meus dotes culinários. No mais, tudo é uma eterna busca...ou alguém terá a verdadeira receita da vida para me dar?</div>Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-78784420846065214132011-01-31T08:21:00.000-02:002011-01-31T08:21:02.879-02:00<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcLfvFbSjXxA-bb2qc8uHhjJBf4UFeJvF-pzFM8lr4eiwRs6PAHp2LDo4qa_PiDxKSfejlDdXXeo7AdoIff6zf9Txrae9OmBFbKuMvsIwWZT2P1y5MzF110_6JL7dk9tZcMkf35c-SmmFN/s1600/cerrado_6.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="237" s5="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcLfvFbSjXxA-bb2qc8uHhjJBf4UFeJvF-pzFM8lr4eiwRs6PAHp2LDo4qa_PiDxKSfejlDdXXeo7AdoIff6zf9Txrae9OmBFbKuMvsIwWZT2P1y5MzF110_6JL7dk9tZcMkf35c-SmmFN/s320/cerrado_6.jpg" width="320" /></a></div>Entre o silêncio e a palavra quase sempre opto pela segunda alternativa. Vivo em busca da palavra que designa meu ser, da melhor palavra para se levar a vida e do nome certo para tudo que vou sentindo e vendo por aí. Ainda assim, às vezes sinto-me "bicho do mato" acuado diante do novo. Bairrismo a parte, atribuo essa tendência introspectiva a Minas que mora em mim, a Minas na qual vivo, ao sertão nortemineiro com o qual convivo desde a mais tenra idade e me ensinou a engolir a dor da seca ao mesmo tempo que vislumbro a beleza sinestésica do cerrado. Sem tentar ententer o motivo exato da presença em mim de uma parcela que prefere a omissão de palavras, compartilho com vocês uma letra de música com a qual sempre me identifiquei. Gosto de ouví-la na voz de Saulo Laranjeira.</div><br />
<br />
Lamento Sertanejo<br />
(Gilberto Gil)<br />
<br />
Por ser de lá<br />
Do sertão, lá do cerrado<br />
Lá do interior do mato<br />
Da caatinga do roçado.<br />
Eu quase não saio<br />
Eu quase não tenho amigos<br />
Eu quase que não consigo<br />
Ficar na cidade sem viver contrariado.<br />
<br />
Por ser de lá<br />
Na certa por isso mesmo<br />
Não gosto de cama mole<br />
Não sei comer sem torresmo.<br />
Eu quase não falo<br />
Eu quase não sei de nada<br />
Sou como rês desgarrada<br />
Nessa multidão boiada caminhando a esmo.Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-23995998784643443772010-11-16T07:48:00.000-02:002010-11-16T07:48:57.408-02:00Cheiro de líriosHavia o nervosismo, a responsabilidade, o trabalho! Mas, no espaço do evento, colocaram um arranjo de flores... Meu nervosismo ficou com cheiro de lírio. Isso fez toda a diferença...Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-84724277736665763252010-11-08T22:56:00.002-02:002011-03-14T23:46:23.034-03:00Travessia<div style="text-align: justify;">Ultimamente ando com uma vontade louca de me espiar. Queria poder ir até o futuro e me ver numa situação cotidiana daqui a uns anos. Descobrir se continuei eu mesma, se consegui cumprir minhas próprias metas e alcançar meu sonhos. Mas tenho que me contentar com minha situação humana de eterna esperança. Não dar para prever o futuro então o melhor é mesmo aproveitar a "travessia". Só sei de mim no presente. O futuro é sempre uma ave sem rumo. Ou com o voo já traçado? Não sei. Pertenço mais às interrogações do que às certezas. </div>Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-84777557806204287692010-11-03T18:51:00.001-02:002010-11-03T21:57:44.933-02:00<div style="text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><img border="0" height="320" px="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXwdqQXuqIu6SXnXWEECY00yYI_fZSaVJizjhrwALSQ0acGQH_Jl9BowC80taGgkLC4VrchWZvq3MKhs5QsiPFQocxA7uw7YqZmvNank_23aUmk2um-GPISx9UnxujCRjwsktKVeuyydwx/s320/julie-julia.jpg" width="185" /></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">No feriado de ontem, depois de cumprir o ritual de conversar com meus mortos, aproveitei a chuvinha sempre supreendente neste sertão nortemineiro para assistir ao filme <em>Julie e Julia</em>. Filme encantador! Baseado em dois livros escritos em tempos bem distintos, ele aborda a forma como Julie, uma funcionária pública americana entediada com o trabalho e seu fracasso na tentativa de tornar-se uma escritora, já que não consegue terminar nada que inicia, encara um desafio: cozinhar todas as receitas francesas do famoso livro de Júlia Child e postar todas as experiências num blog . A empreitada era gigantesca para quem trabalhava o dia inteiro, chegava em casa mais 08 da noite e teria que preparar 536 receitas em 365 dias. Apesar do desânimo de alguns momentos, Julie consegue finalizar a atividade, o blog torna-se famoso, transforma-se num livro e , em 2009, nesse filme.</div></div><div style="text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Para quem gosta do prazer de cozinhar, e, sobremaneira, de comer, o filme é um deleite. Leve, engraçado e edificante. Mostra, paralelamente, a força de persistência de duas mulheres: No passado, Julia Child na tentativa de publicar seu livro de receitas que tornou-se um sucesso e a levou também para a função de apresentadora de um programa de TV sobre culinária; e a determinação de Julie que, mesmo tendo inicialmente como leitora apenas a mãe, insiste no desafio por saber que isso a tornaria uma pessoa melhor, capaz de cumprir suas próprias metas. Agora quero ler os dois livros: a biografia de Júlia Child escrita pelo marido e as experiências de Julie relatadas pela própria. É muito bacana observar o quanto as histórias "renderam" com a era digital. Se inicialmente pensávamos que o computador acabaria com o livro, hoje assistimos a uma roda viva na qual as histórias vão se multiplicando. O blog <em>Para Francisco</em>, por exemplo, do qual sou fã, nasceu do luto da publicitária mineira Cristiana Guerra. Grávida, ela perdeu seu companheiro e para registrar as lembranças do amor entre eles com o intuito de mostrá-las posterirmente ao filho Franscisco, criou o blog que mencionei acima, cheio de vida, dor e muita beleza na escrita. Resultado? O blog passou a ter muitos seguidores emocionados com a escrita e história de Cris e trasnformou-se também no livro<em> Para Francisco.</em> Quem sabe um dia venha a ser um filme?</div></div><div style="text-align: justify;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Só para citar aqui outro exemplo, a escritora Clarah Averbuck também começou escrevendo um blog, depois publicou livros e eles foram transformados em filme. Sem querer discutir aqui a qualidade dessa literatura surgida no universo cibernético, gosto muito de ver as histórias se ecoando. Esse fato lembra-me os contadores de histórias que pegam uma narrativa de um lugar, espalham-na em outro de forma já modificada e as palavras vão se tecendo por aí... No fundo, no fundo, todas as histórias, inclusive a própria vida, é uma grande rede tecida de palavras.</div></div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXwdqQXuqIu6SXnXWEECY00yYI_fZSaVJizjhrwALSQ0acGQH_Jl9BowC80taGgkLC4VrchWZvq3MKhs5QsiPFQocxA7uw7YqZmvNank_23aUmk2um-GPISx9UnxujCRjwsktKVeuyydwx/s1600/julie-julia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a></div>Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-52993794363536272282010-08-07T17:37:00.001-03:002010-08-19T21:40:05.050-03:00Felicidade<div style="text-align: justify;">A felicidade é o bater de asas de um pássaro colorido que às vezes vem me visitar. Ele nunca avisa quando virá, tampouco tenho presságios sobre sua chegada. Não há toques de trombeta, o tempo não para ...</div><div style="text-align: justify;">Mas recebo-a como dama mais do que merecedora de sua visita. Não faço perguntas! Jamais! Para não assustar o voo macio que traz meu sorriso.Às vezes esse pássaro encantado faz seu trajeto rumo a minha felicidade através de música, outras vezes usa algumas palavras escritas ou o olhar de um amigo. Tal ave mágica também traz minha felicidade através de uma gota minúscula de esperança colhida em fontes do além. Também me visita através das frases de crianças surpresas no tudo descobrir. Ele sempre traz um pedaço de mim perdido em remotos lugares. Sei que é um pássaro frágil. Sei que vai perdurar pouco seu voo de felicidade diante dos meus olhos. Ele fugirá todas às vezes que eu tentar eternizá-lo ao meu lado. Mas ele volta!!! O FRÊMITO VOO DA FELIDADE SEMPRE VOLTA... </div>Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-53058514415368101502010-07-28T10:22:00.001-03:002010-07-28T10:28:35.705-03:00Paixão<div style="text-align: justify;">“Se uma camisa branca e preta estiver no varal num dia de tempestade, o atleticano torce contra o vento” (Roberto Drummond)</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não, não sou atleticana! Infelizmente! Porque queria eu viver uma paixão futebolística seja lá a cor do time. Só assisto aos jogos do Brasil na copa, não sei nome de jogadores, até hoje não entendi direito o tal do impedimento, mudo de canal quando começa os programas de esporte.</div><div style="text-align: justify;">Cresci em meio a uma família materna de simpáticos cruzeirenses e uma família paterna de ardorosos atleticanos. Acabei não ficando em nenhum dos lados, acho que sempre gostei de um entre-lugar. Diante da minha total ignorância futebolística de achar que o nome "Cuca" sugere apenas uma personagem do Sítio do Pica-pau Amarelo criado por Lobato e não o novo treinador do Cruzeiro , gostaria de confessar uma admiração: Sou encantada pelos apaixonados! A paixão dos adolescentes que declaram amor eterno sem saber que ainda há muito para viver, a paixão dos fãs que confudem o ídolo com todos os seus próprios sonhos, a paixão dos pais de primeira viagem ao verem o sono calmo dos filhos, a paixão da menina com seu primeiro diário, a paixão misteriosa que às vezes sentimos por uma música que fica por dias tocando na nossa mente, o olhar apaixonado do cão pelo seu dono...e a paixão em preto e branco dos atleticanos. </div>Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-1408908511730005582010-05-02T11:36:00.005-03:002010-11-03T21:54:43.296-02:00VilarejoPara Alessandra Sena<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Viajando pelo norte de Minas rumo a Januária, fiquei observando a quantidade de pequenas vilas, como é típico nos municípios mineiros: casinhas rodeadas de tradição. Em cada distrito, a igrejinha em torno da qual surgiu a história do lugar.</div><div style="text-align: justify;">No poema <em>Janelinha de trem</em> Mário Quintana fala sobre "o desejo de um dia ficar repousando sob uma dessas cruzes de volta de estrada que parecem também estar viajando...."</div><div style="text-align: justify;">Também fiquei com vontade de subir uma daquelas montanhas e visitar aquelas igrejinhas. Sentir o cheiro da fé, dos costumes, dos quitutes e ouvir o murmúrio das rezas. Desejei pertencer a um vilarejo como aquele descrito na música de Marisa Monte . Bater palmas na porta de casa, observar gotas de chuva fazendo pequenos buracos na terra, comer doce feito com fruta do próprio quintal e ver a vida passar devagar....</div><div style="text-align: justify;">Os mais receosos falarão das fofocas, dos pudores desse meu imagético vilarejo, mas prefiro pensar que isso é simples frente aos percalços da vida moderna.</div><div style="text-align: justify;">Quero tomar café em mesa farta na casa de comadre. Quero falar com respeito dos meus antepassados. Quero guardar a sete chaves o segredo da receita do bolo da minha avó. Quero a igrejinha...o perfume das laranjeiras, o vilarejo em cima da montanhas, dançar forró, esperar a reunião da primaiada nas férias, reunir as amigas para discutir modelos de roupa e cores de tecido. Quero dar "bom dia" para as pessoas que passam e, principalmente, acreditar que a vida sempre nos trará coisas boas, surpresas mágicas: na próxima chegada de ônibus, no que vir no "depois das montanhas", na safra das próximas chuvas, em cada começo de ano, em cada recomeço do trabalho.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Vila rejo (Marisa Monte)<br />
<br />
(...)<br />
Lá o tempo espera <br />
Lá é primavera<br />
<br />
Portas e janelas ficam sempre abertas<br />
Pra sorte entrar<br />
<br />
Em todas as mesas, pão<br />
Flores enfeitando<br />
Os caminhos, os vestidos, os destinos<br />
E essa canção<br />
<br />
Tem um verdadeiro amor<br />
Para quando você for<br />
<br />
<br />
<br />
<object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/x7gG68Y1PSM&hl=pt_BR&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/x7gG68Y1PSM&hl=pt_BR&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-91966359806385633332010-04-16T01:40:00.000-03:002010-04-16T01:40:21.688-03:00Por que adoro sextas-feiras...“Não sei se vocês já sentiram, leitores, a obrigação de ser feliz que vem embrulhada nas tardes de sexta-feira. É como uma imposição: quem não for estupidamente feliz, entre num bar e beba um vermute com amendoim e se embriague como nos doces tempos de outrora”.<br />
<br />
Roberto DrummondDaiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-61363760992424429742010-04-06T20:40:00.002-03:002010-08-19T21:41:51.203-03:00As palavras e o tempoOutrora escrevi um texto a lápis. <br />
Voltei para cobrí-lo de tinta como forma de deixá-lo, pelo menos por um tempo, protegido das peripécias do tempo. <br />
O tempo....<br />
Ele já tinha começado a tecer suas teias viscerais e minhas palavras já começam a se apagar. <br />
Misturadas, não permitiram a devida leitura.<br />
Não consegui reler o que escrevi naquele tempo. <br />
O tempo realmente apagou as letras, ou fui eu quem me apaguei daquelas remotas palavras?Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-46162102251971524182010-04-06T20:25:00.002-03:002010-04-06T20:33:49.336-03:00Sobre o amor e suas intempéries<div style="text-align: justify;">Os amores platônicos só são realmente belos na teoria. Imagens de paciência, sacrifício e devoção podem até fazer um baita sucesso nas melodias, no cinema ou na literatura, mas na prática...são extremamente dolorosos.</div><div style="text-align: justify;">A dor de amar de forma intensa ao ponto de perder o sono, banhar-se em lágrimas pela pessoa amada que, provavelmente, nem lembra de sua existência, pode parecer extremamente poética, porém machuca infinitamente.</div><div style="text-align: justify;">Marília esperando, tecendo e amando um Dirceu que já era senhor de escravos em Moçambique, casado e tranquilo no exílio totalmente esquecido dos sonhos utópicos da juventude e também da noiva, musa dos seus versos, é deveras romântico, mas certamente menos lírico e mais sofrido para a Marília de carne e osso, Maria Dorotéia, que recebeu por boca de outrem a notícia que seu amado noivo Tomás Antônio Gonzaga ( o Dirceu das liras) desposara outra moça. </div><div style="text-align: justify;">Prova disso talvez seja o fato dela nunca mais ter se relacionado com outro homem. Morreu só, certamente depois de assistir suas amigas e familiares casarem, terem filhos e viverem paixões menos heroicas e mais palpáveis do que a dela que morreu aos 80 anos, só e sem nunca mais ter botado o olho nos olhos do seu amado.</div><div style="text-align: justify;">Da mesma forma, a metáfora da eterna espera encerrada por Penélope tecendo e destecendo o manto que, quando terrminado, seria sinal de que sua hipotética viuvez se acabaria e ela escolheria outro marido ganha cores mais ácidas e perde os nuances passionais quando se imagina a longa espera de mais de uma década pelo marido. </div><div style="text-align: justify;">Diferentemente da história de Tomás Antônio Gonzaga e Maria Dorotéia, Ulisses retorna para os braços de sua Penélope. Mas apenas sua presença fará com que ela esqueça todos os percalços dessa ausência de dez anos? E o amor dos dois superará as discrepâncias entre esses novos seres que surgiram depois de tantas adversidades?</div><div style="text-align: justify;">A verdade sobre o amor revela-se com todas as suas idiossincrasias quando lenvantamos o véu superficial da imagem exteriorizada e alcançamos as reais angústias de um relacionamento.</div><div style="text-align: justify;">Lágrimas de saudade e desespero podem até compor um lindo quadro, mas maltratam o ser e distorcem o amor que certamente combina mais com a alegria do que com o sofrimento. </div>Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-27797891214080793052010-04-01T10:28:00.003-03:002010-04-05T17:12:00.884-03:00<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: center;"><strong>O amor requer registros...</strong></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFz-m_iO9OTXoY4nlFAp6N5Tr-0l_eQcDTkwwq9R7JJIXuhPzMBNbtb2J44e8mSFfTrCjXASnzY-x9tCsrqwcMEczIe0otdf51Q2diYMPzZptWAhYn14Wl0kK0HHrOrGvHvY8XuXluE0rg/s1600/areia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="156" nt="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFz-m_iO9OTXoY4nlFAp6N5Tr-0l_eQcDTkwwq9R7JJIXuhPzMBNbtb2J44e8mSFfTrCjXASnzY-x9tCsrqwcMEczIe0otdf51Q2diYMPzZptWAhYn14Wl0kK0HHrOrGvHvY8XuXluE0rg/s200/areia.jpg" width="200" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">É uma forma de tentar eternizar o fulgaz momento. Adolescentes escrevem os nomes enamorados em troncos de árvores, capas de caderno, palma da mão...</div></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Há circunspectos adultos que confessam, num misto de nostalgia e humor, que já escreveram em gomos de bambu para que o amor do casalzinho infantil crescesse junto com a planta. </div></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">E o que dizer das cartas de amor??? Tentativa de dar nome para aquele sentimento que o significado está sempre além...em todo lugar/nenhum lugar: o querer bem! </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Outro dia recebi cartinha do meu namorado e lembrei-me dos versos de Fernando Pessoa sob a voz de Álvaro de Campo:</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><em>"Todas as cartas de amor são</em></div><em></em><br />
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><em>Ridículas.</em></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><em>Não seriam cartas de amor se não fossem</em></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><em>Ridículas. </em></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><em><br />
</em></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><em>Também escrevi em meu tempo cartas de amor,</em></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><em>Como as outras,</em></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><em>Ridículas. </em></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><em><br />
</em></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><em>As cartas de amor, se há amor,</em></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><em>Têm de ser</em></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><em>Ridículas. </em></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">(...)</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Álvaro de Campos, 21-10-1935 </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Bom....não achei a cartinha do meu amor nada ridícula! Pelo contrário, bem real, repleta de sentimentos nobres e sonhos possíveis. Mas, se amar e escrever cartinhas for mesmo patético, assumo a sina. Deem-me logo o narizinho vermelho que quero entrar na fantasia. Tanto que corri para responder as palavras amorosas.</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">A vida é efêmera...o amor quer se fazer eterno, palpável na sua matéria feita de quimeras, por isso exige registros...</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">Alguém sabe onde encontro um pé de bambu para desenhar as iniciais dentro de um coração??? Também nos imaginamos perenes nesses momentos... </div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"><br />
</div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;"> </div>Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-88115087835705483272010-02-26T11:12:00.003-03:002010-02-26T11:45:30.949-03:00Um mundo numa escova de dentes<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh56_CrTUa2DU_NQwaA3kgAYSwsaCho5DeIz0LLHJnP9Sp89jIT6knc__9aI5WvbJjuhkCo4-9-akae4gEAj566a3amKzOD4R0Tu09sLH3XJtsY_UeaNHIxrSh-KrEmBQh3Q_Ov2X5i42M4/s1600-h/bn279007.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5442563294001395794" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 230px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh56_CrTUa2DU_NQwaA3kgAYSwsaCho5DeIz0LLHJnP9Sp89jIT6knc__9aI5WvbJjuhkCo4-9-akae4gEAj566a3amKzOD4R0Tu09sLH3XJtsY_UeaNHIxrSh-KrEmBQh3Q_Ov2X5i42M4/s320/bn279007.jpg" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYuYinW2tNVmTj4VKo-Gg6E3ULhhhCy1sNXdewBtXGJabG37E5ZPU4gcNmTsGTsOF3dBX_8CUKb7TBprx5L5Th_uEViC_8mZD2MX7NkTcVXln90M7Wwa2Zf6rABsdOR3KYKU-jiudwrhhv/s1600-h/odonto_home_clip_image020.jpg"></a><br /><br /><div align="justify">Passar pelas ruas, seja a trabalho ou passeio, a pé ou motorizado, é navegar pelos mares de histórias que cada pessoa traz. Cada rosto anônimo na multidão é todo um universo, uma história, uma odisseia, uma religião. São montanhas de experiências, amores, ideologias, sonhos e ressentimentos...<br />Sempre gostei de imaginar o que está por trás de um rosto anônimo na multidão. A quantidade de subjetivismo na escolha de uma cor de cabelo, o grito de próprio casulo querendo se exteriorizar através de uma aparentemente simples vestimenta, tudo isso me fascina.<br />Ontem, o que me chamou a atenção fazendo a mente perambular por hipóteses mirabolantes foi uma escova de dentes branca perdida em meio ao tráfego descomunal da avenida mais movimentada de Montes Claros.<br />Aquela escova ali, imóvel em meio ao tumultuado cotidiano das pessoas não tinha nada de silenciosa, talvez trazia um tanto de mistério, mas, ainda que imóvel, como dizia aquela escova!<br />Para alguns, ela falava de um romance, brigas, separação passional de escovas e corpos: a bolsa arrumada às pressas, um zíper aberto e, por fim, ela caída ali.<br />Outros juram que ela narrou que caíra de uma mochila pertencente a um jovem que passara carnaval em Diamantina e chegando repleto de sono, nem percebera o sumiço involuntário da companheira higiênica.<br />Os mais taciturnos delongaram numa triste história de vida, afirmando que ela era instrumento de trabalho de um lavador de carro e motos que, ao voltar cansado do trabalho, não notou quando ela caíra da sacolinha plástica.<br />A escova falou!!! Ali, no chão, ela era a imagem metonímica dos raros momentos em que nossa mente devaneia no eterno encantamento e enigma que é "a vida dos outros". </div></div>Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-44304012659016092912009-11-04T17:34:00.002-02:002009-11-04T17:46:03.870-02:00Mas a vida não é um livro...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://ivanmauricio.blog.terra.com.br/files/2007/10/a-leitora.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 291px;" src="http://ivanmauricio.blog.terra.com.br/files/2007/10/a-leitora.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-style: italic;">"... No livro da vida não se volta , quando se quer, a página já lida, para melhor entendê-la; nem pode se fazer a pausa necessária à reflexão. Os acontecimentos nos tomam e nos arrebatam, às vezes, tão rapidamente que nem deixam volver um olhar ao caminho pecorrido."</span></span> </div><br /><br />Lucíola- José de AlencarDaiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-59146016773013300842009-10-05T22:59:00.002-03:002009-10-05T23:07:12.981-03:00Rápido comentário:Para mim, a melhor definição do amor foi feita de forma condensada:<br /><br /><div align="center"><strong><span style="color:#993300;">Amor</span></strong></div><div align="center"><span style="color:#993300;"></span></div><div align="center"><span style="color:#993300;">Humor</span> </div><br />Poeminha pequeno de Oswald de Andrade que assim, na sua aparente singeleza, resume o ingrediente precioso para os quitudes amorosos. Há de existir o riso sempre... é a dança da alma, é o que desanuvia os olhos, é a engrenagem da vida! Rir junto com a pessoa amada é melhor que a duplinha mineira queijo com goiabada; é melhor que as noites de sexta-feira(promessa de um final de semana inteiro); melhor que feriado na segunda-feira.Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8782411615826645729.post-83208323056848620252009-09-10T17:29:00.007-03:002009-09-10T22:10:02.072-03:00Semáforo<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk564qqdFCWZ17zdshvbKamEBPliEaQndGunH9gMEM8zNRXCJVGSA45veXf9fdSm0nfW5uqR64iCIHJ9c233JMMS8gQcvTE_9lqvjI-wXDgU_SmkUt0CtZayyy-k2zbpLnWQkr5Bh6Gaa9/s1600-h/profil1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5380009650849309970" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 258px; CURSOR: hand; HEIGHT: 411px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjk564qqdFCWZ17zdshvbKamEBPliEaQndGunH9gMEM8zNRXCJVGSA45veXf9fdSm0nfW5uqR64iCIHJ9c233JMMS8gQcvTE_9lqvjI-wXDgU_SmkUt0CtZayyy-k2zbpLnWQkr5Bh6Gaa9/s320/profil1.jpg" border="0" /></a><br /><div style="TEXT-ALIGN: justify">As palavras mais densas surgem de onde não há... onde o silêncio impera e as lacunas criam frestas que sopram o vento das histórias ofuscadas. O anonimato, a falta de detalhes sobre um determinado fato, ou o simples restante não narrado de um caso instigam a alma e ela devaneia pairando sobre esses ocos inspiradores gerados pelo silêncio.<br />" Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores<br />que eu não sei o nome" (Adriana Calcanhoto_ Esquadros) e trafegando pelo vasto mundo de imagens, palavras e caos de minha cidade, deparei-me com uma declaração de amor exposta em um outdoor. Ah o amor!!! Exposto ali, no meio das mais comerciais e capitalistas das avenidas, lugar por onde todos passam para as mais atribuladas atividades e ele ali: o amor exposto assim como se fosse algo que não se percebesse, como se estivesse ali apenas para mandar um recado individual para a pessoa amada tal qual bilhete na geladeira, batom no espelho.<br />Apesar de exposto de forma hiperbólica em imensa placa, a declaração era realmente dirigida de forma hermética a apenas uma pessoa: não possuía o nome do destinatário, nem remetente. Não se sabe nem mesmo a opção sexual dos amantes. E o que importa? Importa é o quanto a mente trabalha ao ler aquelas letras garrafais. Interessante é o quanto se passea pelo interdito. Sabe-se apenas de um amor grande, de uma hipotética separação...tudo são cacos que se cola com a mais interessante das substâncias: a imaginação. Ao tentar entender o manancial sob aquele outdoor, entremeia-se o silêncio com cenas vividas, filmes, músicas, bilhetes...cada um pode inventar seu próprio amor e quando o semáforo se abre, todos aceleram com um sorriso breve, cada um imerso no seu próprio mundo amoroso...</div>Daiane Andradehttp://www.blogger.com/profile/06873995816170013759noreply@blogger.com1