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Fim de ano...
Cada um já preparando sua retrospectiva. Tenho a tendência de achar que o saldo é sempre positivo. Os obstáculos, mais do que meros sofrimentos, também são utilizados pela vida para nos ensinar algo e trazem experiência.
Ultimamente, ando reclamando muito do tempo, ou melhor, da falta dele e ao receber de presente da minha amiga/irmã/mãe "Fia", uma linda agenda para 2012 recheada de muitos poemas, trechos de músicas e imagens de obras de tarde, me deparei com um poema de Fernando Pessoa, sob um de seus heterônimos, com o qual me identifiquei de cara! Ando mesmo pedindo a vida para ir mais devagar, ao mesmo tempo que saboreio as pressas diárias. Eu? Contraditária ? Não... apenas polissemicamente humana demais. Enquanto corro entre socorrer os dramas familiares, terminar um mestrado, organizar um casamento, vou cantarolando o samba de um minuto: "Devagar, esquece o tempo lá de fora, devagar, esquece a rima que for cara".
Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.
Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa demais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...
Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?
Sábias palavras Dái. Penso que o final de ano deixa a gente assim: reflexivo,melancólico e "eu não devia te dizer
ResponderExcluirmas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo."rs.
Além do poema de C.D.A, você me fez recordar uma linda canção que reflete tudo isso que a gente sente:
Tocando em frente
Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe
Só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs
É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz" - Almir Sater/Tocando em frente
Que lindo, Dayane!
ResponderExcluirDe preferência, devagar mesmo
A vagar...
Com o olhar vago...
Vagando lento e respirando
Prestando "assunto" no "em torno"
Silenciando e, se possível, vivendo.
Grande abraço,
Cyntia.