sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Ê Minas, Ê Minas......

O nosso saudoso Betinho estava mais do que certo:
Se um dia o Brasil acabar, Minas continua. Tem horizonte para tal, tem substância para durar, tem ainda muitos casos para contar, distâncias a percorrer, pecados a expiar, contas a fazer, saudades a matar... (SOUZA, Herbert José. ISTO É MINAS - 30/09/1992)


A imensidão do mar inspira outro mar de lirismo derramado em versos, melodias, romances inteiros. O mar com todas as suas lendas e frutos que se mostram desde a culinária, até no vento emaranhando os cabelos.
Mar é corpo dourado, é a certeza de nossa insignificância (grãozinho de areia) diante da complexidade (um mar infindo) que é a vida. Mar é o alumbramento do azul que invade olhos e alma desanuviando qualquer cor ocre que ousou pousar sobre o nosso ser.
Mas “mar” para mineiro é algo além, é aquilo que está por trás das montanhas geográficas e internas, é o que se esvai além de nossas cercanias.
Mineiro que é mineiro é sempre órfão do mar e por isso trabalha arduamente juntando os “tostões”__ como todo mineiro sabe fazer__ para visitar de vez em quando o lugar da saudade, do lúdico....três letras que valem um sorriso.
Mar, para nós mineiros, é o outro, é o diferente, é tudo que não somos. É a promessa de férias eternas, como se isso fosse possível.
O cancioneiro mineiro traz mais elementos marítimos do que o das próprias cidades litorâneas.
É deveras interessante observar Minas Gerais despontando onde ela não há... Mineiro viaja, às vezes, mais de 3.000 quilômetros para ir ao encontro de montes, não de minérios como há tantos em Minas, mas de areias brancas; e de repente, movidos pela saudade, ou pelas mineiridades que já moram na gente, começamos a buscar Minas Gerais no gosto de pão-de-queijo (raridade caríssima na culinária beira-mar), nos licores das feiras, no queijinho assado na brasa ou num show em que se ecoa uma voz já mineiramente conhecida.
Sentimento dúbio é o que se tem mineiro olhando o mar: Vontade de ficar, se esbaldar em histórias como as de certa Tereza, que ao vender seus bolinhos de macaxeira num paraíso no Rio Grande do Norte, fala de suas heranças centradas nas rendas deixadas pela mãe e da naturalidade com que cresceu convivendo com golfinhos. Mas ficar como? Se, tal qual ostra, gostamos mesmo é de nos omitir do mundo em montes que encerram tudo que nos representa: Inclusive nossa eterna saudade do mar....
Fiz o texto acima ainda no sacolejo do ônibus, do mar, do vento, da saudade de Minas Gerais na mágica viagem que fiz pelo nordeste brasileiro nas últimas férias.

6 comentários:

  1. Linda crônica, sei que belas palavras vem de um coração livre de rancor, ódio e repleto de amor, pois somente dessa forma somos capazes de sentir as belezas do mundo.
    Parabéns!!!
    Bjos!!!

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  2. Ei Florzinha.... lindo texto.... ser mulher é isso mesmo... ser o avesso do avesso.... ser tudo e ser nada..... um ser tão simples e tão complexo....

    bjs!!!!

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  3. kkkkkkkkkkkkkkkk acho que deixei o comentário no texto errado............ kkkkkkkkkkkkk

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  4. Sem problema Claudinha, o que vale é a visita e seu rastro por aqui....Obrigada!!!

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  5. Rodigo, já disse e repito: Sua opinião vale muito já que você sim é um ecritor de talento.

    Beijinhos...

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  6. Lindo Da. Vê só se não é um desperdícioo isso tudo escondido naquele caderno... rs.

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